domingo, 27 de novembro de 2011

Viçosa, um breve adeus - Parte II

Chegou o tempo de partir,
De dizer um breve adeus,
Ou quem sabe um nunca mais...
Chegou a hora de recolher a âncora
E deixar o barco partir
Em busca de novos mares
E novos portos para atracar
Ou ficar a deriva de mais sonhos,
De mais conquistas,
De mais vida. 

Certamente, o tempo será cruel conosco
Borrando nossa mocidade e vivacidade.
As bocas não serão mais atraentes
De quando aqui chegaram
E nossas lembranças
Serão sucumbidas pela traça do tempo
Sabemos disso...

Mas se não ficar tudo,
De certo ficarão àquelas lembranças
Que nos marcou profundamente
E nos remeterá à mente
Toda vez que ouvirmos
O nome de Viçosa
Ou quem sabe perereca.
A UFV será sempre
Um caminho de possibilidades
Que nos permitiu
Criar asas e alçar vôos maiores,
A pensar o impensado
A viver o inesperado.

Bom, pessoal!
O solo foi fértil
E a semente germinou.
Chegaram os frutos
E o momento da colheita.
Daqui seguiremos caminhos distintos
E tantas serão as sementes da semente
Que hão de ser plantada vida a fora.
E os frutos dos frutos que virão
Também serão abençoados.

O barco está pronto,
A terra está a descansar
A espera de outro plantio
E as bocas de autora, agora professam:
O que farei da minha vida?!
Não quero voltar para casa!
Esse lugar é bom demais!!
Mas é preciso seguir
A diante.

Sei que a saudade nos sufoca
E já não há palavras para expressar
O que sentimos.
Desapegar da terra encantada
Não é uma tarefa fácil,
Só quem viveu aqui
Sabe a medida do que isso
Representa para nós.

Foi muito bom compartilhar
De uma vida e de um momento
Com vocês.
Hoje uma pergunta nos angustia
E o futuro?
Não há o que nos aflingir com o futuro
Viveremos o presente
Pois o futuro de certa forma
Acontecerá.

Adeus Viçosa,
Adeus Bar do Leão
Adeus Jarbinhas,
Adeus Galpão
Registro, Pva
E Bandejão
Eu to formando!!!


Allex Borges
Viçosa, março de 2003

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Por você


Queria poder parar o tempo
Só para tê-lo por inteiro,
Para falar da grandeza do meu amor
Por você.
Mas não dá,
Não posso
Sou limitado,
Impotente
Diante da grandiosidade do mundo,
Da covardia dos homens
Diante de nossa separação...

Apesar de tudo, fica a certeza que,
Por um momento, em nossa relação,
Eu fui capaz
Por você,
Por mim,
Por nós,
Pela nossa felicidade
De me transformar em nuvem
Se chuva fosse o que desejaste ser.
Rio se tu desejasses ser peixe,
Mar se pretendesse ser caís
Abelha se tu desejasses ser um campo florido.
Transformar-me-ia em silêncio
Se tu preferistes ficar só.
Se transformasse em passado
Faria desse passado o meu presente.
Mas acabou...

Sei que o barco precisa voltar par alto mar
Para que outros ventos o levem pra frente.
Foi bom o tempo que eu pude te amar
Ajudou-me a superar barreiras,
Romper preconceitos,
Quebrar tabus
A amar de uma forma diferente,
Com cheiros,
Toques
E gozo,
Que até então,
Os desconhecia.

É preciso sorrir
Sorrir ainda que tudo pareça ter sido em vão
Sem motivo,
Nem razão.
E sonhar,
Sonhar ainda que o dia não nasça feliz
Que você não se sinta feliz.

Feliz é se deixar conquistar por um amor
Amor de coração,
De corpos
E alma
Sem barreiras,
Medo
Decepções,
Um amor que lhe traga vida
Vida que agora entristece com tua partida
Que parte meu coração,
Que leva parte de mim,
Que não deixa nenhuma parte tua
Mas que mesmo assim
Insistes em partir.

Allex Borges
Viçosa, novembro de 1999

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sem você

Ontem estávamos juntos,
Felizes,
Amando e sendo amado,
Hoje estamos distantes,
Sofrendo e sendo esquecido.

Amanhã não sei ao certo,
Se estaremos
Sorrindo ou chorando,
Amando,
Sendo amado
Ou mesmo,
Esquecido.

Sei que agora os dias passam sem graça,
Sem brilho
E sem cor
Pela minha janela
Que até então, já não abro mais,
Permanece trancada,
Tal qual o meu coração.

As noites são frias,
Sozinhas,
Sem a tua companhia.
Não há mais estrelas
E o luar perdeu seu encanto,
Sua magia...

Volta e meia meu pensamento
Saí a tua procura
Para não me senti só.
E quando a saudade aperta o peito
Machucando-me
Olho tua fotografia
E fica a sensação
Que estás a me fitar
Igual da primeira vez
Que nos vimos,
Onde dispensamos as palavras,
Pois já éramos um do outro
E eu acreditei que
Seria assim pra sempre.

A vida sem você
É como um cais abandonado,
Um barco sem velas,
Um arco-íris sem cor,
Sem chuva,
Sem nada...

Não ouço mais tua voz
Que soava como música aos meus ouvidos
Nem as gargalhadas
Que embalava minha alegria
E minha vontade
De ser apenas
Seu
Todos os dias.

Perdi o teu rastro,
O teu viver
E assim me fez
Eu me perder
De mim.

Allex Borges
Viçosa, abril de 1999